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Brasil

Se Jango tivesse resistido ao golpe de 64 existiria o bolsonarismo?

Publicada em 31/03/2023 às 10:19h

Carlos Wagner


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Se Jango tivesse resistido ao golpe de 64 existiria o bolsonarismo?
 (Foto: Assessoria)

A volta do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) ao Brasil aconteceu na manhã de 30 de março. Um dia antes do golpe militar de 1964 completar 59 anos. Coincidência? Não, Bolsonaro aproveitou a data para lembrar aos seus seguidores que continua fiel aos valores políticos dos golpistas de 64. Para mim, trouxe a lembrança de que há meio século uma pergunta sobre 1964 ronda as mesas dos botecos. Eu a ouvi pela primeira vez em 1974 ou 75, quando comecei a frequentar os bares nas proximidades das redações dos jornais. A pergunta é a seguinte. Se o então presidente da República João Goulart, o Jango do antigo PTB, em vez de se refugiar no Uruguai tivesse ficado no Brasil e enfrentado os golpistas, como defendia o seu cunhado, o ex-governador gaúcho Leonel Brizola, teria acontecido o golpe que instalou o regime militar no país? Brizola tinha café no bule para instigar a reação aos militares. Em 1961, ele era o governador gaúcho e liderou o Movimento da Legalidade, que enfiou garganta abaixo dos generais a posse de Jango na Presidência da República, depois da renúncia do presidente Jânio Quadros – há matérias, livros, filmes e muitos documentários sobre a Legalidade. Nunca saberemos o que teria acontecido se Jango tivesse resistido.

Aditadura militar acabou em 1985. E, na medida em que redemocratização do país se consolidava, essa pergunta começou a rarear nas mesas dos botecos. Até ser ressuscitada durante o governo Bolsonaro. O que a ressuscitou? Até a eleição de Bolsonaro, em 2018, a imagem que as Forças Armadas tinham na opinião pública era de competência, honestidade e organização. Essas qualidades, somadas às articulações internacionais dos militares brasileiros, influenciaram Jango a não reagir e se refugiar no país vizinho, como consta nos livros de história. Jango teria uma chance de atrapalhar o golpe se tivesse reagido. Esse é o recado que deixa a participação dos militares no governo Bolsonaro. Oficialmente, as Forças Armadas não participavam do governo. Mas o então presidente vendia a imagem de que participavam. Na verdade, eram os Generais do Bolsonaro, como a imprensa apelidou um grupo que somavam mais de 6 mil militares (ativa, reserva e reformados) que foram designados para preencher cargos civis na administração federal. Os militares desse grupo estavam no governo por sua conta e risco. E não se aliaram por motivos ideológicos ou qualquer outro que não fosse dinheiro – há matérias na internet. Eles deixaram um rastro de incompetência administrativa, ilegalidades, abusos e outras irregularidades, principalmente no Ministério da Saúde, durante a pandemia causada pela Covid. A joia da coroa dessa situação foi o apoio dos Generais do Bolsonaro aos atos terroristas de 8 de janeiro, quando um grupo de bolsonaristas radicalizados acampados na frente do Quartel-General do Exército (QG), em Brasília (DF), tentou derrubar o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) quebrando tudo que encontraram pela frente no Palácio do Planalto, no Congresso e no Supremo Tribunal Federal (STF). O resultado desse rolo: mais de 1,4 mil pessoas envolvidas nos atos terroristas foram presas. Oficiais e graduados da Polícia Militar, do Exército e agentes da Polícia Federal (PF) envolvidos cumprem prisão preventiva ou estão em liberdade vigiada e sendo processados.

Bolsonaro voltou para o Brasil depois de permanecer 90 dias nos Estados Unidos, para onde viajou dias antes do final do seu mandato para evitar passar a faixa presidencial para Lula. Há uma espécie de unanimidade entre jornalistas, historiadores e parlamentares de que o ex-presidente tem capital político para fazer oposição ao governo Lula. Mas fazer oposição dentro das regras estabelecidas pela Constituição. Se ele e seu círculo íntimo de líderes forem para a conspiração, atos terroristas e outras loucuras vão acabar presos. Bolsonaro tem alardeado aos quatro ventos que defende a direita. Todos sabem, até as pedras das ruas, que é conversa fiada. Ele defende os interesses da extrema direita, que são diferentes aos da direita tradicional – há matérias, livros e documentos disponíveis na internet. As ideias de extrema direita que consolidaram o nazismo, na Alemanha, e o fascismo, na Itália, nos anos 30, são responsáveis pela carnificina da Segunda Guerra Mundial e voltaram a circular no mundo atual camufladas com pele de cordeiro em corpo de lobo. Quem imaginaria que tentariam dar um golpe de estado nos Estados Unidos? Em 6 de janeiro de 2022, instigados pelo então presidente americano Donald Trump (republicano), invadiram o Capitólio, o Congresso americano, e tentaram impedir a eleição do presidente Joe Biden (democratas). No Brasil, em 8 de janeiro de 2023, bolsonaristas radicalizados tentaram derrubar Lula.

Para arrematar a nossa conversa. Os comandantes das Forças Armadas (Marinha, Aeronáutica e Exército) estão, em passo acelerado, fazendo as “desbolsonarização” dos quartéis, um processo que está sendo conduzido pelo ministro da Defesa, José Mucio Monteiro Filho – há matérias na internet. Em parte, a influência do ex-presidente nos quartéis deve-se ao fato dele ser capitão reformado do Exército, onde conspirou contra os seus superiores, como relata o livro O cadete e o capitão: A vida de Jair Bolsonaro no quartel, escrito pelo repórter Luiz Maklouf Carvalho. Lembro aqui o que falou sobre ele o quarto presidente da República na ditadura militar, o general gaúcho Ernesto Geisel, em entrevista dada em 1993 para a Folha. Ele disse que Bolsonaro foi um mau militar, que só pedia um novo golpe. Esse foi, é e sempre será o grande projeto político do ex-presidente. Alguém tem dúvida?




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