A Polícia Civil investiga uma construtora de Capão da Canoa, no Litoral do Rio Grande do Sul, por estelionato: ela teria vendido casas para 20 pessoas, mas não entregou as obras nos bairros Jardim Beira-Mar, Capão Novo e Nova Guarani. Elas deveriam ter sido erguidas em sete meses, mas o atraso já se estende por anos.
''É um sonho que a gente espera que não acabe dessa forma. Eu nem grávida estava, nem sonhava em ser mãe quando fiz a compra. Hoje, a minha casa se encontra inacabada e eu estou morando de favor. Minha filha está para nascer agora, dia 3, 4 do mês que vem, e a gente não tem a nossa casa pronta", conta Andriele Dopke, que adquiriu uma casa há três anos.
A construtora responsável pelas obras é a Traumcon, de propriedade do empresário Tarso Baum. Em entrevista à RBS TV, ele negou que tenha aplicado um golpe nos clientes e afirmou que a empresa está falida, razão pela qual não consegue entregar os imóveis.
Os problemas, segundo ele, começaram durante a pandemia de Covid-19, quando materiais de construção civil estavam em falta e, por isso, encareceram. Também alegou que houve clientes que não pagaram valores referentes a etapas concluídas de obras.
"Tem casas que eu não fiz e eu não vou mais fazer porque, o que acontece, eu trabalho por reembolso. Se eles não pagarem, eu não tenho obrigação de fazer. Se tu não me passa a parcela, eu não vou fazer porque eu não recebi, entendeu? Então, tem muita gente que... a gente levou muito calote", afirma Baum.