A orla do Guaíba já caiu no gosto dos porto-alegrenses desde a inauguração do trecho 1, entre a Usina do Gasômetro e a rótula das Cuias. Em 2022, foi a vez de o trecho 3, entre a avenida Ipiranga e o estádio Beira-Rio, ser inaugurado e levar milhares de gaúchos todas as semanas para aproveitar a revitalização do espaço na beira do Guaíba. Entretanto, uma parte deste espaço segue parada, deixando os trechos já entregues desconexos. Conhecido como trecho 2, o projeto prevê a revitalização do espaço onde hoje está a estrutura do anfiteatro Pôr do Sol, já sem uso.
De acordo com a secretária municipal de Parcerias, Ana Pellini, a previsão é que, nas próximas semanas, o novo projeto do local esteja pronto, já com a licença ambiental da Marinha do Brasil. Esta autorização é necessária em função da construção de uma marina no local. “Temos todo um conjunto de leis e critérios a serem seguidos, além da necessidade de desassorear para que os barcos possam chegar. O trecho 2 é uma área muito polêmica e nós não podemos errar, pois pode virar ação judicial se não fizermos o mais aderente a todos os conceitos. Então, estamos fazendo tudo devagar.”
Esta será a segunda versão do projeto a ser apresentado. A primeira, entregue em maio de 2023, precisou passar por ajustes. E são justamente estas alterações que devem ser finalizadas em breve. Após a apresentação do projeto para o prefeito Sebastião Melo, consultas e audiências públicas ainda devem ocorrer neste primeiro semestre para tratar do assunto. Depois, o projeto será encaminhado para o Tribunal de Contas do Estado, que terá 90 dias para avaliar a proposta. A secretária Ana Pellini ressalta ainda que, caso novas alterações sejam solicitadas em algumas dessas etapas, o prazo deverá se estender ainda mais.
Apesar das alterações, sejam elas necessidades que surgiram ao longo do estudo ou pedido de outros departamentos e pastas da prefeitura, a secretária garante que o projeto não ficou descaracterizado se comparado com o original. Entre os ajustes, estão solicitações da Secretaria Municipal de Meio Ambiente, Urbanismo e Sustentabilidade (Smamus) e Departamento Municipal de Água e Esgotos (Dmae). “O trecho todo é um parque e não pode perder esta característica. Estamos fazendo alterações quanto à área de absorção, do percentual de área que pode ser impermeabilizada e da elevação do terreno. Estamos na fase final de ajustes e vamos apresentar para o prefeito, pois tudo isso também altera o orçamento previsto para o trecho 2 em função de o projeto ter mais áreas aterradas”, citou.