O presidente do Conselho da União Europeia, Charles Michel, colocou em pauta para a próxima reunião informal da organização a discussão sobre a proibição da entrada de turistas russos no continente europeu. A inserção deste tópico na agenda foi um pedido do presidente ucraniano Vladimir Zelenski e endossado pelo seu Chanceler, Dmytro Kuleba, que disse que os russos “apoiam em grande maioria a guerra, aplaudem os ataques com mísseis em cidades ucranianas e (o) assassinato de ucranianos. Deixemos que os turistas russos aproveitem a Rússia então”. Como parte das sanções pela guerra na Ucrânia, a UE já havia proibido a entrada no continente de determinados cidadãos vinculados ao governo russo – contudo, nada havia sido falado sobre os visitantes russos.
Alguns países já tomaram decisões unilaterais da suspensão temporária de vistos russos para a entrada em seus respectivos territórios como a Finlândia, Polônia, República Tcheca e os países bálticos. A Finlândia, por exemplo, reduzirá a partir de quinta-feira (1) o número de pedidos de vistos de turista para cidadãos russos para apenas 10% das mil solicitações diárias. Já integrantes da UE como a Alemanha, Grécia e Chipre ainda são resistentes a tomar medidas restritivas mais graves.
O impacto gerado pela decisão pode ser extremamente negativo tanto para a comunidade russa quanto para a europeia. Isso porque os russos utilizam do visto europeu para entrar no Espaço Schengen – tratado que possibilita o livre trânsito entre os 26 países que o integram – que permitem estadia de até 90 dias. Os 26 países pertencentes ao acordo receberam quase três milhões de solicitações de visto no ano passado, sendo que 536.000 eram de turistas russos. Além disso, a suspensão total de suas entradas colabora para a estigmatização e a perpetuação de preconceitos xenófobos para com a população russa.
